Santuário

Espiritualidade

A devoção do romeiro de Santa Cruz é toda voltada para o sentido da dor. É o sofrimento da própria vida, é o sofrimento de Cristo que “morreu na Cruz para nos salvar”, é o sofrimento que se impõe a si mesmo nas longas caminhadas a pé, é a promessa de andar de joelhos do patamar da Igreja até o altar, e mesmo rodear assim a Igreja toda. É típico o exercício “a Invenção” em três de maio: rezando orações apropriadas, ajoelhar-se 100 vezes abaixando-se até beijar o chão, um esforço que poucas pessoas suportam.

Há no povo uma profunda consciência de que só o sofrimento salva e pode “descontar os pecados”, e que somente pela dor pode comover um Deus que também escolheu sofrer por nós. Será talvez a ressonância de uma longa pregação missionária nos sertões, expressa também nas comoventes cerimônias da Semana Santa. Até hoje o acento maior destas celebrações se põe no drama pessoal de Cristo, que sofre e morre na Cruz.

O romeiro de Santa Cruz se identifica como filho de Deus não de maneira abstrata e teórica, mas na vida, no lugar, no tempo e nas condições em que “Deus o colocou”. Para ele esta salvação não seria simplesmente o usufruto do céu depois da morte, senão a superação de tudo que o impede de chegar lá. Seja o pecado, a doença, a injustiça, a desunião e tudo que torna a vida tão difícil. E enraizada assim profundamente em sua vida concreta, esta piedade influencia sua comunidade e o ambiente em que mora.




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